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Sobre a utilização da imagem em contexto educativo

  • Foto do escritor: Sandrine Sousa
    Sandrine Sousa
  • 28 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Na sua obra A utilização Educativa das Imagens, Isabel Calado afirma que "[...] as profecias de McLuhan não parecem ter-se cumprido tanto quanto, continuamos a observar um predomínio da palavra oral e da palavra escrita no interior da sala de aula, uma insistência em estratégias de comunicação (e de ensino-aprendizagem) pouco diversificadas, em recurso extemporâneo, limitado e nem sempre adequado ao suporte visual". (in CALADO, Isabel, A Utilização Educativa das Imagens, Porto: Porto Editora, 1994.)


As palavras da Isabel Calado datam de 1994. Acredito que vinte e dois anos depois, o cenário educativo seja um pouco diferente. Há já alguns anos que deixámos de usar apenas o quadro e o retroprojetor como auxiliares na nossa prática pedagógica. Outras ferramentas têm vindo a ser usadas, tais como o Power Point. Este, leva-nos a debruçar-nos sobre a "insistência em estratégias de comunicação (e de ensino-aprendizagem) pouco diversificadas". O famoso Power Point foi e continua a ser usado de forma contínua e sob qualquer pretexto. Como se cada novo conteúdo a ser abordado tivesse a obrigatoriedade de ser introduzido com esta ferramenta. O que acontece depois? O uso indiscriminado e excessivo leva à desmotivação dos alunos. Daí a importância de recorrer a outras ferramentas. As da Web 2.0 que tenho vindo a descobrir nesta formação e por autoestudo são muito variadas e permitem-nos diversificar as estratégias dentro da sala de aula.

Os professores sabem que a imagem é um recurso importantíssimo para a motivação dos alunos e para a memorização dos conteúdos. O que acontece, com muita frequência, é que existe uma falta de estudo do uso dessas imagens. Este facto remete-nos para outro ponto essencial: a formação de professores. A reciclagem das nossas aprendizagens e a partilha das mesmas é um passo para a melhoria da educação nas nossas escolas. Não podemos, de forma alguma, ficarmos colados ao passado, sob pena de não estar a construir um presente adequado aos nossos alunos.

"[...] As imagens a que somos sujeitos diariamente transportam consigo modos de ver - e de compreender - que são estranhos a alguns: às gerações educadas no livro e aos que dominam os discursos escolares. Se o professor de hoje continuar a voltar as costas a este fenómeno - que pesquisa científica tende a confirmar - não devemos estranhar que ele veja agravada a sensação de desfasamento que já o inquieta e que tantas vezes confessa ao dizer que "não entende os jovens de hoje"[...]". (in CALADO, Isabel, A Utilização Educativa das Imagens, Porto: Porto Editora, 1994.) Pensamento perfeitamente aplicável aos nossos dias.

"[...] Uma imagem não substitui um texto escrito ou uma proposição oral. Mas [...] para certas mensagens, estas últimas não substituem uma imagem [...]" (in CALADO, Isabel, A Utilização Educativa das Imagens, Porto: Porto Editora, 1994.)

Lá por existirem inúmeras ferramentas Web que usem as imagens para melhorar a comunicação, não devemos cair na tentação de substituir a imagem pela palavra. A máxima "uma imagem vale mais do que mil palavras" não deve ser levada à letra. É importante que o docente tenha consciência de que deve existir um equilíbrio entre palavra e imagem, dependendo, é certo, do que se pretende transmitir.




 
 
 

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